O vereador Carlos Bolsonaro (PP-RJ) não considerou ofensivas as mensagens postadas na sua página do Twitter em comemoração ao arquivamento das representações contra o pai, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), por quebra de decoro parlamentar. Ele explicou que o "CHuUuuupa Viadada" foi apenas uma forma de "demonstrar sua satisfação diante da derrota do opositor".
..."A cada voto contrário ao Deputado Bolsonaro no processo de admissão das acusações, recebia inúmeras mensagens de "Chupa Bolsonaro", até o momento em que o placar estava 5x0 para continuação do processo. Após a proclamação do resultado final que foi 10x7 contra a admissão, eu respondi sim, não tenho sangue de barata".
"A maldade está na cabeça de quem interpreta. Usei a palavra ("chupa") para extravasar. E a oposição ficou chupando o dedo."
Valendo-se de um raciocínio peculiar, Bolsonaro - o filho - pleiteia o "direito" de chamar homossexuais de "viado".
"Ontem (quarta-feira, 29) aconteceu uma premiação, uma tal de "Rio sem preconceito", em que pessoas e personalidades iam ser premiadas por sua luta contra a homofobia. O ex-BBB Daniel falou: "Sou bicha, viado, gay - o que vocês quiserem - assumido". Quer dizer, quando um gay se auto intitula viado é bacana, mas quando eu chamo não é? O que eles querem fazer é uma democracia de...uma ditadura. Eles querem ser chamados de gay e de viado quando quiserem. Mas eu não posso chamar. Isso é injusto. Não ofendi ninguém, mas as pessoas têm o livre arbítrio para interpretar aquela colocação da maneira que quiserem".
Questionado se, na condição de membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro deveria adotar discurso mais cuidadoso e tolerante, rebateu:
"Para ser membro da Comissão de Direitos Humanos, você tem que defender o estímulo homossexualismo nas escolas? Cotas para professores homossexuais? Estágio remunerado para travestis como propõe o kit-gay 2? Você tem que defender bandido? Você tem que defender tudo que é errado? Não. Nós temos um outro tipo de pensamento".
O vereador, que leva na parte interna do braço direito uma tatuagem com o rosto do pai, afirma ser vítima de perseguição e diz não se incomodar quando com ilações sobre sua sexualidade.
"Desde novembro do ano passado, quando meu pai descobriu a intenção dos "kits gays" (kit anti-homofobia do Ministério da Educação) e começou a divulgar isso pelos meios de comunicação, passamos a sofrer perseguição. Eles chamam a gente de um monte de coisa o tempo inteiro. São xingamentos, são ameaças. Na rua, no Twitter. Em tudo que é lugar. No prêmio "Rio sem homofobia" eles reuniram atores e atrizes do mais alto gabarito do Rio de Janeiro. Fiquei sabendo que fizeram uma paródia insinuando que nós somos homossexuais. Não vejo problema nenhum. Faz parte do jogo democrático. Quando um escultor vai lá para os Estados Unidos e faz uma "obra de arte" - que ele diz é que obra de arte - com punks um transando com o outro e nomina um deles de Bolsonaro, é liberdade de expressão? Quer dizer, a pressão que a gente vem sofrendo é enorme. Nada fiz além de extravasar".
Apesar da ferocidade das palavras, Carlos Bolsonaro afirmou "não ter problemas com gays" e disse que entre seus empregados há um homossexual.
"Não vou entrar em detalhes, porque eu nunca conversei com ele se eu poderia expor. Ninguém tem nada a ver com que o outro faz entre quatro paredes. Mas por que transformar políticas sociais para beneficar essas pessoas porque elas têm opção diferente da minha? Isso não existe", indaga."
"Com esta ação, vemos quem são os verdadeiros intolerantes que à todo custo tentam calar quem não concorda com seus ideais e digo mais, estou sendo vítima de héterofobia".
"...O que eu quero neste momento é externar o que a maioria da população está sentindo. Estamos sendo sufocados por todos os lados pela ditadura do homossexualismo e mesmo que custe meu mandato, não me calarei."